quinta-feira, 29 de maio de 2008

Debate: ser Chinês e ter irmãos não é possível

“China sem crianças” foi título de uma reportagem da CNN emitida, ontem, pelo canal televisivo português SIC.

Desde 1979 que, na China, a lei do Partido Nacional proíbe casais de terem mais de um filho. Cada casal um filho e nada mais, assim é a lei. Reabre agora o debate em função das consequências dos sismos registados recentemente naquele país, resultando na morte de pelo menos uma centena de crianças, que se encontravam, na sua maioria, a assistir às aulas.
O governo já autorizou os casais visados a “substituirem” o vazio gerando mais um filho. Estes, no entanto, encaram como sendo difícil o passo seguinte, na medida em que fazer mais um filho não mudaria a dor…
Vamos então ao debate:
1. Qual é a moldura penal para a eventualidade de surgir outro filho?
2. Em caso de separação (divórcio) em que já exista uma criança e cada “ex” decidir constituir outro lar, conta-se de zero ou parte um dos lados impedido?
3. É realista acreditar numa possível alteração à (tão radical) lei do planeamento familiar?
4. Podem ter mais de um filho os casais de estrangeiros?
5. E os chineses que residam no estrangeiro, podem ter mais? E no seu regresso à pátria mãe?
Gociante Patissa
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quarta-feira, 28 de maio de 2008

Carlos Alhinho pode treinar 1º de Maio de Benguela

No último fim-de-semana intensificaram-se os movimentos para cobrir o vazio deixado por Rui Teixeira no Estrela Club 1º de Maio, detentor do título da Taça de Agola em futebol. O professor Carlos Alhinho, o luso-cabovediano que está sendo "namorado" com apadrinhamento do Ministro da Comunicação Social, Manuel Rabelais, manteve um encontro com a elite do "Maio", tendo regressado a Luanda no passado dia 26/05.
Após ter desmentido em entrevista à Angop rumores que davam conta do afastamento do técnico Rui Teixeia, o Vice- presidente do Clube, (também) Rui Araújo viria confirmar o facto logo após a vitória em Luanda diante do 1º de Agosto por 1x0, resultado que quebra a onda de maus resultados e o consequente "azedume".

Segundo a fonte, que manteremos sob anonimato apesar de não ser nenhum anónimo, "a vinda do Alhinho poderá meter ordem e acabar com a anarquia", para mais tarde adiantar que "o problema no Maio não é (do) treinador, é mesmo da área do futebol". Conhecedor por excelêcia dos bastidores daquele Clube, ou não fosse ele jornalista desportivo, desabafou: "Você acredita que Rui Teixeira (treinador) só foi corrido porque os jogadores disseram que já não lhe queriam...!?

Benguelenses ouvidos pelo Angodebates mostraram-se nada surpresos com tal "chicotada psicológica", ironizando que não ajuda muito um técnico que vai aprender táctica com o pastor de igreja para ganhar sempre por 1x0, satirizando a inusitada frequência com que o demitido atribuía em primeiro lugar a Deus o mérito das vitórias e aos atletas as causas das derrotas. Os mais ousados consideram o "Graças a Deus" apenas uma vítima da "terapia do milagre" da Igreja Universal do Reino de Deus de que seria crente.

Alhinho, com referências firmadas na história do futebol angolano pelos anos de glória em frente dos Palancas Negras (com Akwá, Paulão, Fua, Kinzinho, para só citar alguns atletas) conheceu também tempos difíceis com o seu afastamento (alegadamente injusto) do comando técnico do Atlético Sport Aviação (ASA), substituido na altura pelo adjunto Bernadino Pedroto, hoje ténico do Petro de Luanda. O desfecho da história viria ser "dourado" para o luso-caboverdiano, tendo inclusive beneficiado de uma indeminização de mais de USD 250 mil, após recurso às Instâncias desportivas internacionais.

Recorde-se que por altura do seu afastamento, há pouco mais de cinco anos, e questionado sobre o que iria fazer, Alhinho asseverou: "Continuar a trabalhar no futebol; para isso passei cinco anos na Universidade".
Gociante Patissa
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Cidade do Cabo despacha os primeiros "regressados" angolanos

Texto: Voz da América (http://www.multipress.info/viewnew.php?id=250), 27/05/2008

Emigrantes angolanos começaram a abandonar a África do Sul receosos de serem também colhidos pela onda de violência que sacode aquele país há cerca de duas semana.Este movimento de regresso acontece numa altura em que algumas fontes aventam a possibilidade do ministro angolano das Relações Exteriores, João Miranda, aportar àquele pais com uma mensagem do Presidente angolano para o seu homólogo Tabo Mbeki.
Embora funcionários do Ministério se tivessem recusado a confirmar ou não a viagem de João Miranda, fontes da Voz da América disseram que ele deverá seguir para a África do Sul ainda esta semana com uma mensagem cujo conteúdo deverá reflectir a preocupação das autoridades angolanas para com os ataques xenófobos naquele país.
Até ao momento o saque e o incêndio das casas de três angolanos protagonizados por cidadãos sul-africanos são os únicos dados conhecidos sobre vítimas angolanas. Mas mesmo assim o porta-voz da embaixada angolana em Pretória, António Nascimento, declarou hoje à rádio estatal angolana haver um movimento de cidadãos nacionais a regressarem ao país a partir das cidades do Cabo e de Joanesburgo por via terrestre e aérea. «Os consulados de Angola na África do Sul têm as portas abertas para ajudar todos os cidadãos nacionais que queiram regressar a Angola.
Na sexta- feira uma família regressou e amanhã dia 28 uma outra está prevista regressar».A violência xenófoba na África do Sul já provocou pelos menos 50 mortes entre estrangeiros, sobretudo moçambicanos, e 35 mil deslocados. Entretanto, os grupos que estão a atender estrangeiros têm –se multiplicado por várias regiões segundo, os jornais da região.
Como consequência da onda de violência cerca de 35 mil estrangeiros abandonaram o país, enquanto outros procuram abrigo em igrejas, esquadras de polícia e junto da Cruz Vermelha, que está a prestar assistência a cerca de 25 mil pessoas. Nove províncias, incluindo a Cidade do Cabo e a regiões da fronteira com Moçambique são os principais palcos dos confrontos, que começaram nos bairros pobres dos subúrbios de Joanesburgo.
O presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, já lamentou o que está a acontecer, afirmando que a violência xenófoba é uma vergonha e uma humilhação para o país.
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sexta-feira, 23 de maio de 2008

Crónica: O que fazer com os sul-africanos nos nossos países???

Benguela, 22/05: Não fazia parte dos meus planos escrever a essa hora (21), que religiosamente reservo para acompanhar o programa “Hora quente da TPA-2” (o qual não gosto mas não perco; bom disso falamos lá mais em frente). Mas quando o vizinho decide usufruir do direito a dar festa de aniversário no quintal, pela segunda vez em menos de um mês, não há sono que se instale ante a “arrogância” do volume da música.

Na verdade nada mais me preocupa nos últimos tempos, depois da luta para “tirar” a minha obra, a não ser a violência xenófoba na África do Sul, que inevitavelmente acompanho através da imprensa. Alega-se que os estrangeiros “roubam” oportunidades de emprego e estabilidade económica dos nacionais, e porque certo zimbabueano terá dito que os locais “não gostam de trabalhar, é só beber”.

Deixem-me já confessar que a África do Sul e o Brasil formam o par de países que nunca gostaria de visitar (de tanto “ver” assaltos a estrangeiros), não obstante a insofismável proximidade histórica à minha Angola. E relativamente ao primeiro, a certeza consolidou-se ainda mais após ao assassinato da proeminente estrela do Reggae, Lucky Dube, a 18 de Outubro de 2007, segundo a polícia, por dois sul-africanos e igual número de moçambicanos. É uma opção subjectiva longe de ignorar o facto de haver criminalidade em qualquer parte do mundo.

Voltando à violência, o mote parece simplório para um “outsider” angolano, figurante numa sociedade em que o estrangeiro lucra sem investir, desde os brasileiros, portugueses aos libaneses, vietnamitas (que acumulam e ostentam fortunas vendendo tudo), para já não falarmos dos “irmãos” chineses, que, não obstante os elevados índices de desemprego por cá, ainda trazem muita mão-de-obra não qualificada. Mas então o angolano é que é “mudo como ovelha”, ou o sul-africano é que é “cabeça quente” demais?
Procuro então (mas custa) compreender o que leva uma franja sociedade (comunidade de nativos) decidir, assim do nada, dar tareia a outra (comunidade de estrangeiros), ignorando a caminhada conjunta nos altos e baixos com os quais se traçam vários parágrafos da história. E sou tentado a reconhecer que não pode ser automático, já que, em tese, organizar tal onda pressupõe “uma liderança” com tempo para mobilizar.

Às vezes recuo no tempo, até 1999, aquando do crime (nunca esclarecido pela polícia portuguesa) que resultou na morte por asfixia de dezenas de angolanos na “Discoteca Luanda” em Lisboa. No furor do caso, odiámos os 500 anos de colonização e usamos camisas com mensagem anti-portugueses, desejando que o nosso governo os escorraçasse… Mas volta e meia praguejávamos a guerra em Angola, sonhando com a fezada de emigrar para a Tuga estudar (impossível para a maioria dos angolanos). Só então entendíamos que não há como viver isolando-se dos outros. E usando da mesma ingenuidade, perguntaria se os “nossos” xenófobos já pensaram na situação dos sul-africanos espalhados pelo mundo?

Estaremos perante um caso de pura intolerância? Ou será o cúmulo da insatisfação face ao desequilíbrio na mobilidade social onde o cidadão nacional “inveja” as facilidades que o estrangeiro esbanja? Para quem não está “lá dentro”, de que lado se deve dirigir a ênfase: à xenofobia (pura e simplesmente) ou à extrema miséria típica de vários países africanos, em que a luta pela libertação não trouxe a “glória” sonhada pelos autóctones que deram o litro para acabar com o domínio do branco carrasco? E perante este conflito social, já que cada pessoa é um universo singular, onde estão então os filósofos para acharem o “porquê” causal e a luz da solução? Quantos mais vão morrer? O que ganharão os braços desta onda de violência num país que, ao que tudo indica, tem dificuldades em se refazer das máculas do Apartheid, regime que musculou a segregação e introduziu o recurso à violência inter-tribal e anti-regime?

O presidente sul-africano, Thabo Mbeki, já autorizou a intervenção do exército, com auxílio das empresas privadas de segurança, no sentido de conterem a violência. Até porque como dizem os manuais, “todo o grupo social dispõe de meios que o sustente. Sem esses mecanismos, os grupos sociais não existiriam, tudo seria uma anarquia geral. O primeiro mecanismo de sustentação é a liderança, que consiste na capacidade de alguém chefiar, comandar ou orientar outros indivíduos (…) As normas e sanções sociais são as formas de grupos sociais orientarem e controlarem as atitudes dos indivíduos (…), que vão desde as vaias e insultos até à prisão do(s) indivíduo(s)”.

E antes que me esqueça, vejo sempre que posso o programa “Hora Quente” do Canal 2 da TPA devido ao desfile de agentes culturais da nossa sociedade, não vendo nada de arte nem de cómico no “estúpido” (cito o próprio) egocêntrico apresentador. Como disse um cidadão britânico aquando de uma passagem (involuntária) pelos bastidores do referido programa, no momento em que iam retocando a maquilhagem, “It’s not his nose that needs attention, it’s his brain” (não é o nariz dele que precisa de atenção, é o próprio cérebro).

Gociante Patissa (foto extraida da Internet)
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segunda-feira, 19 de maio de 2008

Desabafo meu: Retirem os coveiros do Banco de Urgência do Hospital Central de Benguela, ponham lá enfermeiros sensíveis à dor do próximo

Sábado, 17 de Maio, Benguela festeja o 391º aniversário nesta data (polémica ainda por simbolizar, defendem vários intelectuais, a derrota dos nossos antepassados africanos ante a potência do invasor colonialista português Cerveira Pereira. Vale a pena festejar a vitória do inimigo em nome da história e da força do hábito?), mas isto é questão para outras questões.

Enquanto aguardávamos pelo almoço, em casa da kota Arminda, batíamos o tradicional papo sobre assuntos familiares correntes. 12H20, marcava o relógio, quando fomos alertados que o sobrinho de cinco anos acabava de se ferir no dedo mendinho de uma das mãos. O indicador da gravidade da lesão era a região da unha a baloiçar, presa apenas ao dedo por escassos milímetros de carne. Os restantes dedos perdiam-se na “lagoa” de sangue, que nunca mais parava.

De imediato pegamos na criança e surgia o debate: de um lado um primo, que defendia irmos a um destes postos médicos precários, enquanto eu, preconceituoso talvez, impunha irmos já, já ao Banco de Urgência do Hospital Central de Benguela. Este funciona defronte às instalações do Instituto Médio de Saúde (IMS), ao bairro do Kioxe. E o jovem teve de ceder ou não estivesse a disputar com um “mais velho”.

Tomada pela dor e pelo susto, a criança poluía o sossego do feriado com gritos e lágrimas. “DÓI, NÃO QUERO APANHAR PICA!!!”, ordenava o pequeno Alexandre.

Já no Banco de Urgência, fomos instruídos a entrar, sentar e esperar, porque “a enfermeira já vem”, disseram. Volvidos vinte minutos ou mais, já com o sangue quase a secar para a óbvia insatisfação da mãe da criança, eis que continuávamos aguardando pela (toda poderosa) enfermeira (ou coveira?), que, como reiteravam a empregada de limpeza e a registadora de ocorrências, “daqui a pouco vem”.

Nisto, aparentemente irritado, outro cidadão que aparentava ter 45 anos trocava as quatro paredes do Banco de Urgência pelo canteiro do pátio. Os lábios ensanguentados mostravam ser mais uma vítima de acidente com kupapatas. As nódoas de sangue na camisa confirmavam a leitura apriorística.

Já impacientes e rendidos à dor da criança, abandonamos o Hospital Central em direcção à clínica mais próxima. Esta não fez mais do que desinfectar a ferida com álcool, alegando não ter material para retirar o pedaço que ainda suspendia a unha.

Inicia-se outra correria. Desta vez tive de reconhecer que o primo tinha razão. A opção (não que seja certa, mas pragmática) devia ter sido afinal um posto de saúde precário, a avaliar pelo atendimento eficiente que recebemos, não obstante um senão: também não tinham anestesia, remetendo-nos, por isso, ao Banco do Hospital Central. “Outra vez? Não!!!”, retorquimos dada a experiência com o que já se revelou, de facto, um “Banco de Relaxe”, onde a pressa do doente não encontra sensibilidade profissional. Preferimos a alternativa de comprar anestesia na farmácia mais próxima ao preço de mil Kwanzas, ao que adicionamos 800 Kwanzas do tratamento. E estava feita a parte dos primeiros socorros, da cura se encarregará o “mestre” tempo.

Diante do susto e da fome, só mesmo a ingenuidade típica de criança para nos devolver o humor; questionado pela enfermeira sobre a história do acidente, lá respondeu o rapaz: “eu, como tomei copo de leite, queria treinar, só que o peso escorregou e me entalou na pedra”, explicou.

Perante esse episódio (oxalá não seja frequente) em que no Banco de Urgência do maior hospital da província de Benguela se esbanja mais de meia hora, só podemos referir que o profissional de serviço tem “vocação para coveiro”, onde já não se justifica tanto a pressa no agir. E há que dar razão aos críticos apologistas de que muitas vezes se morre por desleixo dos enfermeiros.

Fica então o pedido deste cidadão no sentido de a gestão hospitalar cortar as asas desta inusitada negligência em Benguela (como deveria ser em qualquer parte do mundo). Será pedir demais?

Gociante Patissa
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quinta-feira, 15 de maio de 2008

Treinamento de aperfeiçoamento 'engraxar' no trabalho

Nota: Vale a pena ler este treinamento sem mestre de aperfeiçoamento "Engraxar no trabalho", recebido por e-mail, ilustrando "o mais prático" critério de promoção no emprego em Angola.

1. Nunca caminhe sem um documento nas mãos - Pessoas com documentos em uma das mãos parecem funcionários ocupadíssimos que se dirigem para reuniões importantes. - As pessoas de mãos vazias parecem que estão se dirigindo para a cafeteria. - As pessoas com um jornal nas mãos parecem que estão se dirigindo para o banheiro. - Sobretudo, leve algum material para casa, isso causa a falsa impressão de que você trabalha mais horas do que você costuma trabalhar.
2..Use o computador para parecer ocupado - Quando você usa um computador, parece que você está 'trabalhando' para quem observa ocasionalmente. Você pode emitir e receber e-mail pessoal, ficar no bate papo ou ter uma explosão sem que isso tenha alguma coisa a ver com trabalho.
3. Mesa bagunçada - Quando sua mesa está bagunçada parece que você está trabalhando duramente. - Construa pilhas enormes de documentos em torno de seu espaço de trabalho. - Ao observador, o trabalho do ano passado parece o mesmo que o trabalho de hoje; é o volume que conta. Se você souber que alguém está vindo à sua sala, finja que está procurando algum papel.
4. O correio de voz- Nunca responda o seu telefone se você tiver o correio de voz. As pessoas não te ligam para te dar nada além de mais trabalho.- Selecione todas suas chamadas através do correio de voz.- Se alguém deixar uma mensagem do correio de voz para você e se for para trabalho, responda durante a hora do almoço quando você sabe que elesnão estão lá.
5. Pareça impaciente e irritado.- Você deve estar sempre parecendo impaciente e irritado, para dar ao seu chefe a impressão de que você está realmente ocupado.
6. Sempre vá embora tarde- Sempre deixe o escritório mais tarde, especialmente se o seu chefe estiver por perto.- Sempre passe na frente da sala do seu Chefe quando estiver indo embora.- Emita e-mails importantes bem tarde (por exemplo 21:35, 6:00, etc...) e durante feriados e finais de semana.
7. Reclame sozinho- Fale sozinho quando tiver muita gente por perto, dando a impressão de que você está sob pressão extrema.
8. Estratégia de empilhamento.- Empilhar documentos em cima da mesa não é o bastante.- Ponha vários livros no chão. (os manuais grossos do computador são melhores ainda)
9. Construa um vocabulário.- Procure no dicionário palavras difíceis.Construa frases e use-as quando estiver conversando com o seu chefe.Lembre-se: ele não tem que entender o que você diz, desde que o que você dê a entender de que você está certo.
10. O MAIS IMPORTANTE!!!:- Não envie isto ao seu chefe por engano!!!
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terça-feira, 13 de maio de 2008

Poesia: "Parlamentares"

Se no parlamento,
Em algum momento,
Se falam verdades,São os preconceitos,
Mais do que os direitos,
A moldar vontades.

Qualquer argumento
Vale o testamento
Dessa malandragem,
Que, razão de monta,
P'ra eles só contaSe trouxer vantagem.

Consciência torta,
Pouco lhes importa
Quem transporta o facho,
A verdade puraÉ sempre loucura,
Quando não dá tacho.

Poema de Vítor Cintra - No livro MOMENTOS (http://pagina-um.blogspot.com/)
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terça-feira, 6 de maio de 2008

Sambajahjah responde o artigo "Língua portuguesa é património dos portugueses e de mais ninguém?"

Nota: o texto que se segue é um comentário com a assinatura de Sambajahjah, do Brasil, deixado no Blog da AJS e reação ao artigo acima citado. O Angodebates convida-lhe para debates

Essa unificação serve apenas aos interesses dos portugueses e seus descendentes (isso é brancos ou que passam por brancos).

A língua portuguesa está destinada a extinção salvo o caso, muito improvável, que o Brasil se torne uma potência mundial, não só militar como também cultural. A França não é uma potência tão poderosa militarmente quanto a Rússia, porém pelo mundo afora palavras francesas são muito mais conhecidas do que palavras russas, assim também como qualquer outro aspecto de sua cultura, pois a França é uma potência cultural.

Pessoalmente falando já que sou um brasileiro negro, que prefiro o termo de "africano da diáspora", apesar que esse termo deixaria muitos sem saber o que isso quer dizer já que não tem noção do passado da civilização africana dês de suas origens nos grandes lagos até os ataques no continente por inteiro, e também não tem visão p/ o futuro, deixo aqui o meu recado aos meus irmãos angolanos: De nada tem Angola a ganhar com a continuação do uso da língua portuguesa. Apenas a continuação da extinção do que resta da cultura nativa de seus povos.

O complexo de inferioridade que afeta todos os africanos pelo mundo inteiro não é só causado pelo passado, mas também, se não mais, pelo presente. Explico: você vai a escola e não tem nada sobre você, você vê o calendário e tem romanos nos dias da semana, tem romanos nos meses, até os anos são romanos, as histórias, as invenções, a filosofia do que é ou do que deveria ser a humanidade, e por aí vai. A criança cresce acreditando na mentira que o ex-colonizador criou para que seus descendentes jamais perdessem seu poder: Fizeram o povo colonizado acreditar que não poderia existir progresso sem a "ajuda" do colonizador.É um atraso muito grande para todos os africanos do mundo inteiro que nos seu países de origem a cultura seja ainda guiada pelos interesses dos mesmos povos que a pouco tempo atrás nem os tratava como seres humanos.

Pra mim o que Angola precisaria é fazer um movimento como a Nigéria está fazendo agora com a língua Guosa (www.guosa-language.com). É um processo sem dúvida demorado, mas qualquer ser pensante já liberto dos resíduos mentais do imperialismo europeu/árabe sabe que para uma nação ser uma nação ela tem que ter sua própria língua e sua própria história não uma que seu antigos opressores quiseram que eles tivessem.

Para encerrar digo isso: Inglês é a única língua hoje que não corre o risco de extinção. O português que seja falando em Portugal se assim os portugueses quiserem. Dê uma olhada no espelho e me fala se você é português?

Sambajahjah, Brasil
"No one but ourselves can free our minds."Bob Marley.

(clique aqui para ler artigo
http://ajslobito.blogspot.com/2008/01/lngua-portuguesa-patrimnio-dos.html )
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A Voz do Olho Podcast

[áudio]: Académicos Gociante Patissa e Lubuatu discutem Literatura Oral na Rádio Cultura Angola 2022

TV-ANGODEBATES (novidades 2022)

Puxa Palavra com João Carrascoza e Gociante Patissa (escritores) Brasil e Angola

MAAN - Textualidades com o escritor angolano Gociante Patissa

Gociante Patissa improvisando "Tchiungue", de Joaquim Viola, clássico da língua umbundu

Escritor angolano GOCIANTE PATISSA entrevistado em língua UMBUNDU na TV estatal 2019

Escritor angolano Gociante Patissa sobre AUTARQUIAS em língua Umbundu, TPA 2019

Escritor angolano Gociante Patissa sobre O VALOR DO PROVÉRBIO em língua Umbundu, TPA 2019

Lançamento Luanda O HOMEM QUE PLANTAVA AVES, livro contos Gociante Patissa, Embaixada Portugal2019

Voz da América: Angola do oportunismo’’ e riqueza do campo retratadas em livro de contos

Lançamento em Benguela livro O HOMEM QUE PLANTAVA AVES de Gociante Patissa TPA 2018

Vídeo | escritor Gociante Patissa na 2ª FLIPELÓ 2018, Brasil. Entrevista pelo poeta Salgado Maranhão

Vídeo | Sexto Sentido TV Zimbo com o escritor Gociante Patissa, 2015

Vídeo | Gociante Patissa fala Umbundu no final da entrevista à TV Zimbo programa Fair Play 2014

Vídeo | Entrevista no programa Hora Quente, TPA2, com o escritor Gociante Patissa

Vídeo | Lançamento do livro A ÚLTIMA OUVINTE,2010

Vídeo | Gociante Patissa entrevistado pela TPA sobre Consulado do Vazio, 2009

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