sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Curiosidades e memórias da AJS (10) | ASSEMBLEIA-GERAL DE MEMBROS ANALISA CONTAS 2005-2007

Os membros regozijaram-se com o notório crescimento da Organização, traduzido pela identificação e implementação harmoniosa de três projectos, “Palmas da Paz”, “Viver Contra a Sida”, desenvolvidos nos três municípios do litoral da província de Benguela, e o Projecto “Pesquisa sobre os factores que influenciam a qualidade do ensino primário”, realizado no município do Caimbambo.

No passado dia 30/12, realizou-se a Assembleia-geral de membros da Associação Juvenil para a Solidariedade (AJS), que teve lugar na sua sede social, ao bairro da Santa-cruz, cidade do Lobito. Participaram dez dos 15 membros que a compõem, e apesar da ansiedade já que a última assembleia aconteceu em finais de 2005, o ambiente foi, como sempre, marcado pela cordialidade e metodologia informal. Entre o essencial da agenda, constou a análise dos relatórios narrativo e financeiro do período 2006/7, do inventário do património da Organização, e a proposta de inclusão de novos membros, e, ainda, a constituição dos Órgãos Sociais.

A AJS, que já se tornou “obra da sociedade”, é uma iniciativa voluntária e apartidária da responsabilidade de um punhado de jovens humildes e com vontade de aprender, divididos em três galhos: A Coordenação Executiva, que frequenta com regularidade a sua sede social, a Assembleia-geral, formada por membros com pouca disponibilidade de tempo, e, ainda, por voluntários, jovens que participam de actividades e frequentam a casa sem remuneração nem vínculo como membro.

Os membros regozijaram-se com o notório crescimento da organização, traduzido pela identificação e implementação harmoniosa de três projectos contabilizados em cerca de USD 200 mil, nomeadamente, “Palmas da Paz”, “Viver Contra a Sida”, desenvolvidos nos três municípios do litoral da província de Benguela, e o Projecto “Pesquisa para o ensino primário em Benguela”, este último implementado em parceria com a ONG angolana Okutiuka-Apav, no município do Caimbambo. Mereceu igual atenção uma lista considerável de eventos e programas, sob iniciativa de parceiros governamentais e da sociedade civil, em que a AJS esteve envolvida, tais como feiras, conferências, encontros de coordenação e planificação conjunta, para só citar alguns. Um outro símbolo de crescimento registado reside no facto de instituições nacionais e internacionais recrutarem quadros da AJS para prestação de serviços como seminários, pesquisas e reforço de capacidades.

Os membros destacaram, entre os principais motivos de satisfação, o Boletim informativo mensal “A Voz do Olho” e o programa radiofónico “Viver para Vencer”, cuja aceitação por parte da sociedade é cada vez maior, revelando-se os mil exemplares, no caso do Boletim, insuficientes para satisfazer a demanda. Entretanto, erros ortográficos e, nalguns casos até de sentido, mereceram a reflexão da Assembleia. Da Equipa editora, também constituída por membros da AJS, ficou o compromisso de se prestar maior atenção, embora tal se deva em grande medida à pressão constante causada pelas sucessivas avarias da máquina reprodutora e a necessidade de se contornarem eventuais atrasos.

Lamentou-se, contudo, a exiguidade do tempo, que impediu a cobertura integral da agenda. Por outro lado, dificuldades vividas pelo secretariado condicionaram a disponibilização atempada dos documentos necessários para a Assembleia, não tendo sido possível em certos aspectos uma discussão mais profunda. Face a isso, os membros recomendaram a realização de uma assembleia-geral extraordinária ainda no próximo mês de Janeiro.

Como já o escrevemos numa das edições, fundar uma associação ou Organização Não Governamental, como queiram, é fácil; basta para isso guiar-se na Lei das Associações vigente em Angola. Agora, manter a ascensão de uma associação juvenil ao cabo de oitos anos a fio, no contexto de desenvolvimento, isso sim é uma obra. Ou então que nos desminta a história, que viu falecer inúmeras associações surgidas como parceiras do Programa Alimentar Mundial (PAM) na fase de emergência.

Desde a sua fundação, em 1999, a AJS vê nas parcerias a alma do seu crescimento, quer a dar, quer a receber. Em termos de projectos financiados, contabilizam-se cinco, estando entre os doadores a OXfam-GB, a Usaid, a Embaixada Americana, o Programa das nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e a Education Action International (EAI) com sede na Grã-Bretanha. Não estão aqui descritas pequenas acções enquadradas em redes e consórcios de que a AJS tem sido co-implementadora.

Independentemente dos financiamentos directos e indirectos, é prática elaborar programas com os parcos recursos próprios, como foi o caso do “Viver Contra a Sida”, delineado em 2001, quando participávamos de excursões de jovens para palestrar e distribuir material informativo sobre Infecções de Transmissão Sexual e não só. O Boletim “A Voz do Olho” é outra iniciativa de pessoas próximas da AJS, o que reforça a convicção de que os financiamentos e os apoios são bons, mas não paramos de pensar quando não existem.

In Boletim “A Voz do Olho” (AV-O), Ano 1, Edição N.º 11, Dezembro de 2007
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