quinta-feira, 15 de junho de 2017

Opinião | A propósito da lei da nacionalidade que abrange netos de cidadãos portugueses (*)

Ismael Mateus (jornalista), Luanda 14/06/2017

Vejo com satisfação que alguns dos nossos compatriotas vão poder (re)confirmar-se como cidadãos portugueses graças a uma lei promulgada há dias pelo presidente português. Ninguém deve prescindir dos seus direitos. Boa sorte aos novos cidadãos europeus. Diversidade é isso. Devemos respeitar os nossos compatriotas que por razões históricas têm o direito a ser também portugueses tal como se exige que nos respeitem, nós que não queremos, não temos direito a ser mais do que angolanos, só angolanos. É preciso trazer de volta a nossa história, a nossa cultura, os nossos hábitos e coloca-los lado a lado com tudo o que também se tornou nosso apesar de vindo de fora. É preciso repensar o modo como olhamos para as nossas tradições, línguas nacionais e até mesmo grupos etno-linguísticos. Acabar com o medo de valorizar o particular para não afectar o nacional. como se isso fosse possível. Agora ainda vejo em televisões angolanas e em jornais angolanos discutir-se os do mato, os matumbos e o elemento civilizador da cultura ocidental. Diversidade é isso: Aceitar cada um como é, suas origens, sua cultura e, ao mesmo tempo, sua angolanidade. A grande maioria que não quer (e também outros que querem mas não têm direito a passaporte da União europeia) nem sempre é respeitada por imposição da cultura civilizadora da farda para as autoridades tradicionais, do espaço guetização dos programas em línguas nacionais, da musica folclore que é para "inglês ver" e da banalização de valores culturais como o casamento tradicional, o ritual da puberdade ou o komba. Viva a diversidade. Não custa nada.
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(*) Título da responsabilidade do Blog Angodebates
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