sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Ecos de O APITO QUE NÃO SE OUVIU em Portugal, na pena da leitora amiga Alexandra Sobral

Há surpresas surpreendentes, e aqui nada melhor que o pleonasmo para tentar definir a emoção sentida!

Eu gosto de ler, acho que não é novidade para ninguém que me vai conhecendo. E gosto de ler os clássicos, os contemporâneos, os conhecidos e, mais ainda, os desconhecidos, porque é destes, uma grande parte das vezes, que surgem os textos que realmente valem a pena ler, os quais, por norma, fluem na sua singeleza, que os torna enormes, na sua pureza, que os torna impolutos, no seu desinteresse que os afasta dos holofotes do comércio. Estão ali, brotando da alma, dádivas generosas de quem se dá a ler, no compromisso assumido inominadamente por se ter o que transmitir, seja novo, velho, mas sempre diferente.

Foi assim que me deparei com os escritos de Gociante Patissa, na sequência do mesmo ter dado os seus préstimos de tradutor a uma amiga comum, a escritora Dulce Tavares Braga. O primeiro livro que dele li, veio por encomenda, via postal, de Angola a Portugal, de Benguela a Lisboa, em viajem demorada, o que, por isso mesmo, só serviu para me aguçar a curiosidade, aliás plena e reconhecidamente saciada, pois dei-me com um texto repleto de ritmo, colorido e humor, e não há maior sinónimo de inteligência que este último, e magistralmente escrito com todos os pergaminhos e predicados que só os bons textos sabem preencher. Tratava-se de “Não Tem Pernas o Tempo”.

Mais tarde, bastas conversas facebookianas depois, bem como do “Encontro e Conferência sobre a Expansão da Língua Portuguesa”, promovido pela Casa de Angola, e por outra, entretanto, amiga comum,Filomena Barata, altura em que tive o grato gosto de apresentar a obra e o escritor Gociante Patissa, este teve a supra gentileza de me presentear com alguns dos seus demais livros (“Consulado do Vazio” – poesia -, “A Última Ouvinte” – contos -, “Guardanapo de Papel” – poesia -, Fátussengóla, o Homem da Rádio que Espalhava Dúvidas” – contos -) (de notar, que já tinha lido o seu conto que integra a antologia “A Balada dos Homens que Sonham – Breve Antologia do Conto Angolano), os quais me trouxeram a certeza de estar perante um nome a reter na literatura deste tempo e deste espaço, pelo elo comum e indelével que sempre nos unirá, pesem as diferenças que se querem por saudáveis e enriquecedoras, que é a língua que partilhamos.

Assim, foi com grande regozijo, porque bem é o que se quer aos amigos, que soube que Gociante Patissa ia apresentar o seu novo livro, a 31 de Outubro de 2015, em Benguela.
Como não poderia deixar de ser, consegui que um “emissário” ali fosse e me adquirisse um exemplar autografado do autor. Exemplar que demorou a chegar-me, pois veio por portador para Viana do Castelo e dali para aqui, o que levou mês e meio, repleto, este, de nova e não desiludida curiosidade.

Hoje, ao abrir um envelope pardacento de correio verde dou-me com o tão esperado “O Apito que Não se Ouviu”, de Gociante Patissa. Como expectável, não deixei de o folhear de imediato, a sopesar e a tentar avaliar o conteúdo e as horas de evasão, deleite e puro entretenimento de que iria beneficiar. E eis senão quando, e aí veio a emoção de que no princípio falo, tropeço, a folhas 4, encimada em “bold” por “Agradecimentos”, com a seguinte frase: “Gratidão à amiga Alexandra Sobral, pelo amparo e divulgação em Portugal”! 

Fiquei muda, incrédula, contente, eufórica, esfusiante! Só me resta dizer: eu é que agradeço Gociante Patissa! Porque o seu gesto me fez sentir que coloquei uma outra poeira no Universo, ao ver manifestado, assim publicamente e em letra de forma, que, com os meus actos, sou um poucochinho menos que indiferente. Bem-haja meu Amigo! E continue a dar-se, partilhando os seus escritos que merecem, todos, serem lidos.

Da leitora amiga Alexandra Sobral
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