terça-feira, 6 de maio de 2008

Sambajahjah responde o artigo "Língua portuguesa é património dos portugueses e de mais ninguém?"

Nota: o texto que se segue é um comentário com a assinatura de Sambajahjah, do Brasil, deixado no Blog da AJS e reação ao artigo acima citado. O Angodebates convida-lhe para debates

Essa unificação serve apenas aos interesses dos portugueses e seus descendentes (isso é brancos ou que passam por brancos).

A língua portuguesa está destinada a extinção salvo o caso, muito improvável, que o Brasil se torne uma potência mundial, não só militar como também cultural. A França não é uma potência tão poderosa militarmente quanto a Rússia, porém pelo mundo afora palavras francesas são muito mais conhecidas do que palavras russas, assim também como qualquer outro aspecto de sua cultura, pois a França é uma potência cultural.

Pessoalmente falando já que sou um brasileiro negro, que prefiro o termo de "africano da diáspora", apesar que esse termo deixaria muitos sem saber o que isso quer dizer já que não tem noção do passado da civilização africana dês de suas origens nos grandes lagos até os ataques no continente por inteiro, e também não tem visão p/ o futuro, deixo aqui o meu recado aos meus irmãos angolanos: De nada tem Angola a ganhar com a continuação do uso da língua portuguesa. Apenas a continuação da extinção do que resta da cultura nativa de seus povos.

O complexo de inferioridade que afeta todos os africanos pelo mundo inteiro não é só causado pelo passado, mas também, se não mais, pelo presente. Explico: você vai a escola e não tem nada sobre você, você vê o calendário e tem romanos nos dias da semana, tem romanos nos meses, até os anos são romanos, as histórias, as invenções, a filosofia do que é ou do que deveria ser a humanidade, e por aí vai. A criança cresce acreditando na mentira que o ex-colonizador criou para que seus descendentes jamais perdessem seu poder: Fizeram o povo colonizado acreditar que não poderia existir progresso sem a "ajuda" do colonizador.É um atraso muito grande para todos os africanos do mundo inteiro que nos seu países de origem a cultura seja ainda guiada pelos interesses dos mesmos povos que a pouco tempo atrás nem os tratava como seres humanos.

Pra mim o que Angola precisaria é fazer um movimento como a Nigéria está fazendo agora com a língua Guosa (www.guosa-language.com). É um processo sem dúvida demorado, mas qualquer ser pensante já liberto dos resíduos mentais do imperialismo europeu/árabe sabe que para uma nação ser uma nação ela tem que ter sua própria língua e sua própria história não uma que seu antigos opressores quiseram que eles tivessem.

Para encerrar digo isso: Inglês é a única língua hoje que não corre o risco de extinção. O português que seja falando em Portugal se assim os portugueses quiserem. Dê uma olhada no espelho e me fala se você é português?

Sambajahjah, Brasil
"No one but ourselves can free our minds."Bob Marley.

(clique aqui para ler artigo
http://ajslobito.blogspot.com/2008/01/lngua-portuguesa-patrimnio-dos.html )
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6 Deixe o seu comentário:

Anónimo disse...

"Para encerrar digo isso: Inglês é a única língua hoje que não corre o risco de extinção. O português que seja falando em Portugal se assim os portugueses quiserem. Dê uma olhada no espelho e me fala se você é português?"

Desculpe mas já teos demasiados imbecis a falar mau portugues,especialmente no Brasil.

Um portugues.

fernando disse...

penso que cada povo deve falar a "lingua " que mais lhe convem . Se não querem falar Português , pois não falem . O Português vai acabar como lingua ? É uma ideia peregrina , mas cada tonto acredita no que quer .

Anónimo disse...

Alex Amaral disse...
Como brasileiro e "falante" da língua eu, num primeiro momento, discordo da unificação. Note que aqui (somos mais de 180 milhões e não 120 milhões) existem variações das mais diversas, compreensíveis se considerar as dimensões continentais do país. Nem aqui existe de fato uma "unificação", seja na língua falada (mais notória) seja na escrita. Mas não é exatamente por tal motivo que sou contra "num primeiro momento". A real razão é simples: seria algo forçoso, arrogante e unilateral (se considerarmos os 'dominantes', daqui e dali, como um dos 'lados'). Além disso, e não em segundo plano, está a falta de unificação entre as nações e os povos. Como pedir unificação de idioma se não há uma integração de fato entre os países e seus habitantes. África em geral ainda é vista com preconceito aqui. Países lusófonos em África poucos conhecem. Gostaria, primeiro, de maior integração, conhecimento, respeito, depois pensar em unificação linguística. (comentário deixado no Blog da AJS em relação ao mesmo assunto). Gentileza do Blog www.ajslobito.blogspot.com

Laércio Miranda disse...

Olá, gostei muito do texto. Me lembrei em muito das aulas de África que tive na Faculdade o ano passado, sou graduado em história numa universidade que recebia muitos angolanos que vinham estudar direito e administração. É a PUC de São Paulo. Hoje sou professor de história.
No curso percebi o quanto estamos acostumados a ver a África do nosso ponto de vista, e nunca do ponto de vista da própria África.
Assisti a um vídeo de um antropólogo que me ajudou a compreender bastante a África. É o Georges Niangoran Bouah numa palestra chamada "Abandone-nos". Também tive o prazer de ler literatura Africana com o livro "Feras de Lugar Nenhum" um autor nigeriano chamado Uzodinma Iweala. O curso me fez pensar a África por completo. A sonoridade africana deve ser preservada, a sua cultura a história, e não deve ter soluções vindas de fora, mas somente da própria África .
Por fim, assisti a um seminário sobre Angola, a história e a cultura angolana, que me deram muita vontade de conhecer o país e ouvir semba, ritmo que é parecidíssimo com o nosso Samba. Aqui ainda pouco se fala da discussão sobre a unificação da língua portuguesa. E quando se fala fica claro que os brasileiros não deveriam ser prejudicados por estarem em maior número. Mas existe aqui um problema sério, pois ainda que eu seja brasileiro, uso um “mouse” para navegar na “web”. É um estrangeirismo que aportuguesa muitas palavras do inglês como o verbo “deletar” por exemplo.
Aqui em São Paulo nós temos um museu da língua Portuguesa que é lindo e fascinante. Se puder um dia visitá-lo acho que vai gostar. Abraços Laércio Miranda

Angola Debates e Ideias- G. Patissa disse...

ACORDO ORTOGRÁFICO NÃO MERECE DISCUSSÃO
(Jornal de Angola, 5ªfeira, 08/05 2008)
A afirmação é do Pepetela, segundo o qual a convenção não cria nenhuma modificação na língua.
"O Acordo ortográfico é um assunto q não merece discussão, pelo facto de não criar nenhuma modificação na língua", informou Artur Pestana "Pepetela", uma das figuras emblemáticas da literatura angolana.
O escritor, q se pronunciava durante o lançamento do seu mais recente trabalho literário, intitulado "O Quase Fim do Mundo", disse q o acordo é um assunto "arqueológico" que foram desenterrar e tornou-se numa fonte de discussão.
"Este assunto não merece discussão. Deveria ser um acordo radical ou então não se mexesse no assunto, porque não trará grandes benefícios", disse.

Esta é a visão do Pepetela, que, como é sábio reconhecer, não encerra a possibilidade de você deixar a sua. Muito obrigado aos cibernautas q visitam este espaço e q o divulgam pelo mundo.

Anónimo disse...

Quem fala Português sabe falar Espanhol cuja similaridade é de mais de 90%. Há mais falantes de Português e Espanhol juntos nativos, do que nativos falantes de Inglês. O Brasil já é uma grande potência e será uma super potência brevemente (devias ter mais orgulho no teu país). Agora se há uns 700 ou 800 milhões de falantes nativos de Português (uns 250) e Espanhol (uns 500-550), sendo o Espanhol e Português duas Línguas irmãs muito parecidas e ambas entre as 5 mais faladas do mundo, e sendo até só nos USA a segunda Língua oficial dos USA o Espanhol (quase igual ao Português), não percebo qual é o grande mal em se falar Português.
E ver que o Português (junto com o Espanhol, já que o Galego-Português é uma língua oficial Espanhola), falado directa e indirectamente por mais de 1 bilião de pessoas, pode ficar extinto? HAHA. Perdoem-me eu dizer isto, mas só me resta rir. Cumprimentos. Gonçalo - Lisboa.

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[áudio]: Académicos Gociante Patissa e Lubuatu discutem Literatura Oral na Rádio Cultura Angola 2022

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Lançamento Luanda O HOMEM QUE PLANTAVA AVES, livro contos Gociante Patissa, Embaixada Portugal2019

Voz da América: Angola do oportunismo’’ e riqueza do campo retratadas em livro de contos

Lançamento em Benguela livro O HOMEM QUE PLANTAVA AVES de Gociante Patissa TPA 2018

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Vídeo | Sexto Sentido TV Zimbo com o escritor Gociante Patissa, 2015

Vídeo | Gociante Patissa fala Umbundu no final da entrevista à TV Zimbo programa Fair Play 2014

Vídeo | Entrevista no programa Hora Quente, TPA2, com o escritor Gociante Patissa

Vídeo | Lançamento do livro A ÚLTIMA OUVINTE,2010

Vídeo | Gociante Patissa entrevistado pela TPA sobre Consulado do Vazio, 2009

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